Insights – Live Inserção de Refugiados – Grupo Mulheres do Brasil

Por Eliane Franco Figueiredo – Diretora Projeto RH – Lider Inserção do Comitê Inserção de Refugiados do Grupo Mulheres do Brasil




Na última quinta-feira, 25 de junho, foi transmitida, pelo canal do Grupo Mulheres do Brasil no Youtube, a live “A Contribuição dos Refugiados para o Crescimento do Brasil




Aproveitamos a ocasião do Dia do Imigrante, comemorado nesta data, e do Dia Mundial do Refugiado, celebrado no último dia 20, para apresentar um pouco da realidade de pessoas nessas condições. Homens e mulheres que, por motivos como perseguição política e religiosa, conflitos civis e escassez econômica, são levados a deixar empregos, famílias, amigos e cultura para trás e recomeçar tudo em outro país.





Participaram da conversa, mulheres que vivem na pele, já há alguns anos, os desafios que imigrantes e refugiados encontram para reconstruir suas vidas no Brasil. E, também, mulheres que dedicam parte de seu tempo e de sua energia para acolher e integrar essas pessoas ao mercado de trabalho de nosso país e, assim, promover a sua inserção na sociedade.




Chieko Aoki, presidente do grupo hoteleiro Blue Tree e que conduziu junto com o Comitê de Inserção de Refugiados do Grupo Mulheres do Brasil um importante programa de capacitação para refugiadas no ano passado, contou um pouco sobre a história de sua família. Vindos do Japão, seus pais foram lavradores no interior de São Paulo e contaram com a ajuda de muitos brasileiros para iniciar sua trajetória por aqui.





A síria Gazhal Baranbo, que deixou seu país em 2012 em meio a uma guerra civil, também participou. Ela chegou a montar um restaurante e a empregar brasileiros em seu negócio. Mas sem conhecer quase ninguém por aqui e sem ter com quem deixar seus filhos pequenos, teve de fechar as portas. Seu marido, engenheiro formado, não conseguiu validar seu diploma e trabalha como Uber. Atualmente, os dois preparam e vendem comida árabe.





Na live, pudemos conhecer um pouco também da trajetória de Renée. Vinda da Guiana Inglesa, ela chegou em Manaus em 2011 sem falar uma palavra de português. Até hoje ela se lembra com carinho de uma vizinha que, apesar dos limites da comunicação, lhe ajudou muito no período inicial de adaptação à língua e ao país que ela acabara de conhecer.




Renée contou que, depois de um curso para a confecção de bonecas, começou a trabalhar com isso. Mas logo percebeu que faria mais sentido fazer bonecas negras, mais afeitas às suas origens e a parte negligenciada da cultura brasileira.




A experiência tanto de Ghazal quanto de Renée mostram que, embora tenham que enfrentar grandes desafios para reconstruir suas vidas, imigrantes e refugiados contribuem para o desenvolvimento econômico e cultural dos países de destino. E no Brasil não é diferente.




Elas reconhecem a importância de poder contar com os mesmos direitos dos brasileiros no acesso a serviços públicos como saúde e educação. Mas reforçam que, assim como qualquer outro cidadão, consomem, trabalham e pagam impostos.




Chieko ainda reforçou que pessoas que tiveram que abandonar seu país de origem tendem a se destacar pela resiliência. Aprender um novo ofício, por exemplo, é tarefa simples para quem enfrenta o desafio de recomeçar do zero. Nem sequer aqueles mais qualificados, que contam com ensino superior, têm vida fácil. Pois têm de lidar com um processo que costuma ser burocrático, caro e lento para obter o reconhecimento de seus diplomas e, na maioria vezes, essa tentativa não tem êxito.




Discutimos também como a crise imposta pelo Coronavírus tem sido dura para os refugiados. Em um relatório publicado pela Acnur no mês de junho, três questões são apontadas como principais motivos de preocupação: a crise sanitária, que atinge sobretudo aqueles em condição de vulnerabilidade; a crise econômica, especialmente prejudicial aos trabalhadores sem vínculos formais; e a crise de proteção provocada pelo fechamento de fronteiras, já que refugiados encontram agora mais dificuldade para regularizar sua situação.




No Brasil, eles têm sofrido principalmente com o segundo ponto levantado acima. Na medida em que a maioria dos imigrantes e refugiados atua no mercado informal, muitas vezes como camelôs e vendedores ambulantes, sua principal fonte de renda desapareceu com a pandemia.




Nesse sentido, tivemos que adaptar as ações do nosso Comitê. Com atividades voltadas especialmente para a capacitação e a empregabilidade, tivemos que fazer um parênteses nesse período e deslocar nossos esforços para a doação de alimentos e produtos de higiene. Afinal, sem renda, as pessoas têm se deparado com as necessidades mais básicas.




Gazhal, por exemplo, contou que boa parte de sua demanda provinha de eventos. Assim, passou a fazer delivery de alimentos. E, com a crise, apesar das dificuldades, passou a fazer comida para pessoas com mais de 65 anos que não podem sair de casa. Depois, foi contratada pela ONG Estou Refugiado, representada na live por sua Diretora Executiva, Luciana Capobianco, para preparar marmitas para refugiados africanos em São Paulo, o que foi de grande ajuda para sua sobrevivência, além de contribuir para a sobrevivência de outros refugiados.




Juliana Algodoal , que também lidera o Comitê, comentou que os projetos de capacitação profissional destinados à inserção de refugiados no mercado de trabalho estão em segundo plano atualmente. Preparar essas pessoas e ajudá-las a encontrar emprego continua sendo fundamental, mas, neste momento, a prioridade é garantir meios mínimos de sobrevivência.




Renée, por sua vez, está conseguindo vender poucas bonecas e, portanto, passou a confeccionar máscaras contra o Coronavírus. Muitas delas, aliás, com tecidos africanos. E mesmo que essa tenha se tornado sua principal fonte de renda, ela doa parte das máscaras a pessoas que não podem pagar por elas. Para Renée, numa fala que foi reforçado por Chieko, nós temos duas mãos: uma para dar e outra para receber.




Era justamente essa a mensagem que queríamos passar nessa live. Uma mensagem de solidariedade e acolhimento a pessoas que não reivindicam nenhum privilégio, apenas a oportunidade de construir suas vidas longe das dificuldades que as trouxeram até aqui.

Pandemia agrava a desigualdade entre homens e mulheres no trabalho.

Por Philipe Scerb- Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP




Vários dos efeitos do novo coronavírus sobre a economia e o mercado de trabalho seguem desconhecidos e despertam todo tipo de especulação. Outros, no entanto, são muito concretos e já se fazem sentir no cotidiano de milhões de mulheres.




Com efeito, uma das consequências mais marcantes da pandemia é o aprofundamento da desigualdade de gênero no mundo do trabalho. Diversos estudos têm mostrado como as mulheres são mais prejudicadas que os homens pelas políticas de combate ao vírus.





O que acontece em função de dois fatores principais. De um lado, as áreas de atuação profissional delas foram mais afetadas e seus vínculos de emprego são mais frágeis. Por outro, a sobrecarga de tarefas domésticas tende a pesar muito mais nos ombros delas do que nos deles.




Informalidade e serviços

Com crises dessa magnitude, os trabalhadores mais protegidos são aqueles com relações formais de trabalho. Embora as empresas em que trabalham também sejam afetadas, eles contam com uma série de direitos e garantias do Estado.





Já os profissionais informais e os que trabalham por conta própria tendem a sofrer mais. Sobretudo na medida em que, com as regras de isolamento social, não podem, muitas vezes, desempenhar suas atividades.





Uma realidade que se abate com mais força sobre as mulheres do que sobre os homens. De acordo com dados da ONU Mulheres, 54% das mulheres latino americanas conseguem sua renda no trabalho informal. E boa parte delas atua em serviços considerados não essenciais, interrompidos frente à disseminação do vírus.




Para agravar esse quadro, os cargos ocupados por mulheres são, na média, menos qualificados e, então, menos sujeitos ao teletrabalho em relação aos dos homens. De tal forma que trabalhar de casa não é uma opção para a grande maioria delas.



Dupla jornada mais carregada

Um efeito indireto do coronavírus sobre o emprego e a renda das mulheres diz respeito ao crescimento das tarefas domésticas provocado pelo isolamento social.




Pesquisa que envolveu três faculdades norte-americanas, dentre as quais a Universidade da Califórnia, revelou que o fechamento de creches e escolas aprofunda uma divisão já desigual entre homens e mulheres no cuidado com os filhos.




Nos Estados Unidos, em média, as mães gastarão mais 12 horas por semana na atenção às crianças. Contra 8 horas adicionais para os pais. Um tempo que poderia ser usado para o trabalho e o consequente desenvolvimento da carreira.




O que é explicado, geralmente, pela remuneração mais alta dos homens. No entanto, o peso da cultura e da tradição ainda é grande ao relegar a responsabilidade pela casa às mulheres. Pois estudos mostram que mesmo em casais com profissões e salários semelhantes, a desigualdade se faz presente.



Quer conhecer alguns dos Insights para o mercado pós pandemia de dois dos mais importantes especialistas?

Por Philipe Scerb- Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP




– 1) empresas terão que abandonar a “gambiarra digital”. ou é digital mesmo ou não é. Plataformas digitais competentes mesmo que sejam pequenas são as que vão sobreviver.


– 2) comércio online deixa de ser uma opção secundária de compras. As lojas físicas serão redesenhadas como espaços de experimentação da marca, mas as vendas migrarão mais rápido para o online do que se imagina antes.


– 3) 95% das lojas Starbucks foram reabertas na China, mas o movimento na loja é de 60% do que era. As pessoas não consomem mais na loja, compram e vão embora. Starbucks tem que rever o modelo reduzindo espaço de convivência.


– 4) Os maiores varejistas americanos já demitiram mais de 1 milhão de pessoas e devem reempregar somente 85 % deles no fim da crise. A explicação é que o comércio tradicional vai encolher.


– 5) o negócio de seguradoras vai sofrer profundas transformações.


– 6) educação online está se provando no meio da crise. Vai haver uma revolução na forma como se aprende em todos os níveis sai o estoque just in time e entra o just in case. as empresas aprenderam com a crise que precisam ter estoques maiores de segurança, principalmente as que tem cadeias longas de fornecimento.


– 7) EUA desenvolveram nas últimas décadas uma cadeia de supply com a China, com o tempo os americanos perderem capacidade tecnológica de fabricar no país. Isso vai mudar por questões de segurança. O globalismo sofrerá um duro revés, substituído pelo protecionismo.


– 8) não existe setor da economia ou tamanho de negócio que possa dizer “eu não tenho necessidade de investir no digital”. Quem pensar assim não tem futuro.


– 9) hábitos de viagem mudarão radicalmente. Redução absurda nas viagens de negócios substituídas pelas vídeo calls. Viagens de lazer serão mais para o interior junto a natureza em lugares com baixa concentração de pessoas.


– 10) existem 1.700.000 vírus detectados em animais, desses 1.700 são corona vírus. Temos que aprender com essa crise e preventivamente estarmos prontos para ter um surto por década.


– 11) o modo de viver, de se relacionar, de trabalhar vai mudar tanto que nós dividiremos a história em “Antes do Corona” e “Depois do Corona”.


– 12) essa crise traz a oportunidade de uma grande revolução nos sistemas de educação e de saúde usando o online para atender a população.


– 13) direitos individuais x saúde será um dos grandes debates no mundo a medida em que rastrear individualmente cada indivíduo é uma das estratégias mais eficazes de controle de epidemias, mas pode ser usado pelos Governos para controle das pessoas.


– 14) o consumidor foi “forçado” a migrar nesse momento para o comércio online. As empresas que conseguirem proporcionar uma experiência muito boa em todos os aspectos não perderão esse cliente para as lojas físicas ao fim da pandemia. Ao contrário, as empresas que se mostrarem despreparadas perdem espaço.


– 15) assim como os remanescentes da antiga indústria americana tem dificuldades de se recolocar e acabam por sustentar posições políticas protecionistas (que culminou com a eleição do Trump), esse movimento vai se alastrar pelo mundo com o crescimento rápido da indústria digital. Conclusão: quem hoje está ocupado já precisa começar a pensar na sua futura profissão, tem que se atualizar o tempo todo nas novas tecnologias. As empresas de educação e o MEC precisam se comunicar com o mercado incessante e entender as necessidades para fornecer os conteúdos demandados que não são mais aquilo que as universidades hoje entregam aos alunos. Retreinamento contínuo. Na sociedade do conhecimento não existe “ex-aluno”. Ou você está aprendendo o tempo todo ou você está desempregado.


– 16) não vejam a crise como momento de cortar custos. Pensem em investir em novas áreas, em novas tecnologias, vai ter muita oportunidade para as empresas que agirem rápido, vamos renascer num mundo novo, viveremos um “novo normal”, a vida vai ser diferente, ninguém sabe exatamente como mas temos que estar abertos e preparados para nos adaptar com agilidade ao que vier pela frente.


– 17) o setor agrícola brasileiro tem uma oportunidade de ouro, precisa investir cada vez mais em tecnologia e digitalização, e na qualificação dos seus profissionais e gestores.


Autores: Silvio Meira- Professor e fundador do Cesar e
Divesh Makan- Founder da Iconic


Que novas competências passarão a ser exigidas para os profissionais no período pós-pandemia?

Por Laércio de Oliveira Pinto – Sócio fundador da Data4Business Soluções Inteligentes para Negócios e Ex Presidente da Unidade de Serviços de Crédito da Serasa Experian




As discussões sobre as novas competências que passarão a ser requeridas para os profissionais que buscarem por oportunidades de emprego no período pós-pandemia é uma questão que hoje povoa a cabeça de muitos candidatos e intriga os profissionais de recursos humano.




Uma coisa é certa, por conta da recessão econômica a que o mundo estará submetido, a disputa por uma vaga de emprego será muito acirrada e sairão na frente os profissionais com maior qualificação.





E diante desse cenário, duas questões vêm à tona: que tipo de qualificação e quais competências serão mais valorizados pelo mercado?





Alguns arriscam dizer, por exemplo, que as decisões de compra passarão a ser balizadas muito mais pela essencialidade e que passaremos a ser menos efusivos nas nossas relações sociais.





Acredito que a grande maioria das competências requerida hoje, nos processos de seleção de profissionais, ainda continuará muito atual.





Vejamos, por exemplo, a abordagem dos “4 Is”, que preconiza a formação de equipes com pessoas de perfis complementares e diversos.




Sou entusiasta dessa abordagem e a considero atemporal. Quem não gostaria, qualquer que seja o cenário, de poder contar em seu time com profissionais com as seguintes características?



Instigador

Aquele que desafia o “status quo”, os processos produtivos e os modelos de negócio;



Inovador

O profissional que é curioso, busca o novo, estimula o aprendizado de ciclagem rápida para agir tempestivamente e que procura entender as mudanças externas para aplicar na sua organização;



Integrador

Que constrói pontes com as outras áreas da empresa e com o mercado, a fim de criar um ambiente propício à realização de negócios, e o.



Implementador

Que trabalha com indicadores, é focado na execução e faz as coisas acontecerem




A esse conjunto de atitudes e comportamentos acrescentaria um requisito que considero imprescindível nas organizações, que é a competência analítica. O aumento da empregabilidade que essa competência proporciona, está ligada ao fato de que contribui para elevar a condição competitiva das empresas, ao permitir que elas possam fazer uso inteligente de dados e a dar maior previsibilidade ao seu processo de tomada de decisão.




Na minha visão, todo aquele profissional que buscou se qualificar ao longo da sua carreira não tem porque temer o futuro.




Muito mais preocupante que a qualificação, é a recessão que nos espera. Tenho esperança de que o nosso país possa fazer bem a lição de casa e que ela seja breve.

Que mundo nos espera após a pandemia do coronavírus.

Por Laércio de Oliveira Pinto – Sócio fundador da Data4Business Soluções Inteligentes para Negócios e Ex Presidente da Unidade de Serviços de Crédito da Serasa Experian




Muito se tem falado das mudanças e dos impactos que o coronavírus deverá provocar na vida das empresas e das pessoas, motivados pela experiência indesejada a que grande parte da população do mundo foi submetida durante esses tempos de distanciamento social.




Falam-se de impactos de toda ordem, com alcance em pessoas e empresas de todas as partes do mundo.





No campo pessoal, são esperadas mudanças de hábitos de consumo, de comportamento social e até de atitudes.





Alguns arriscam dizer, por exemplo, que as decisões de compra passarão a ser balizadas muito mais pela essencialidade e que passaremos a ser menos efusivos nas nossas relações sociais.





No que diz respeito aos comportamentos e atitudes, a crença dos especialistas é que as experiências vivenciadas durante a pandemia nos deixarão mais solidários e que saberemos ter empatia para nos colocarmos no lugar do outro, diante das situações vivenciadas daqui para frente.





No mundo empresarial, a expectativa é que deverá haver mudanças em algumas cadeias de suprimento importantes, hoje muito concentradas em países como China e Índia, em razão da busca por ganhos de escala e aumento de produtividade. E esta atual orientação estratégica deverá ser alterada, a fim de reduzir o grau de dependência desses mercados.




Alguns modelos de negócios já existentes, como o comércio eletrônico, ensino a distância e serviços de delivery de alimentos, passaram por um processo acelerado de aprendizado e deverão ganhar impulso.




O empreendedorismo passa a ter um lugar cada vez mais de destaque, sejam os convencionais sejam aqueles ligados a processos de inovação e tecnologia.




A prática de home office também deverá ser mais e melhor utilizada por aliar interesses comuns das empresas e dos empregados.




A economia, por sua vez, será fortemente impactada e o mundo irá experimentar um período de recessão, com reflexos severos nas oportunidades de emprego.





E num cenário como este, será que o conjunto de competências, comportamentos e atitudes desejados pelos empregadores também irá mudar?




A minha visão é que algumas novas competências precisão ser incorporadas, mas a grande maioria continuará muito valorizada.

As habilidades profissionais mais demandadas durante (e depois) da Covid-19

Por Philipe Scerb- Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



A valorização das competências emocionais pelo mercado de trabalho, chamadas também de soft skills, já era uma realidade antes da eclosão da pandemia da Covid-19.


Em oposição a uma cultura marcada pelo conhecimento técnico e a experiência, as habilidades ligadas ao reconhecimento, o controle e a resposta às emoções pessoais ganhavam cada vez mais importância na maioria dos processos seletivos.


No entanto, a pandemia e seus efeitos sobre o mundo profissional vão acelerar o que era uma tendência. Afinal, em meio a um contexto de crise econômica e, portanto, de mudanças, riscos e incertezas, a capacidade de gerenciar emoções é imprescindível para qualquer trabalhador.


Além dos desafios colocados pela adaptação das rotinas pessoal e profissional, as transformações dos mercados e das dinâmicas de trabalho exigem uma série de habilidades que dizem mais respeito ao comportamento do que à bagagem do profissional.


Uma dificuldade relacionada às soft skills é que elas não são acessíveis por meio de cursos ou aulas específicas. Por outro lado, são habilidades que podem ser aprimoradas no dia a dia e estimuladas de diferentes maneiras.


Veja algumas delas abaixo:


Resiliência

Um termo cada vez mais comum no vocabulário profissional, indica a capacidade de enfrentar e superar contratempos e desafios. Frente às dificuldades que se anunciam, controlar o medo e a apreensão será fundamental.


Criatividade

Com as mudanças profundas em diferentes setores, será, mais do que nunca, importante pensar fora da caixa. Vislumbrar alternativas será a única maneira de lidar com situações completamente novas.


Abertura ao novo

Manter-se apegado às tradições não será uma opção na maioria dos casos. Quanto mais você resistir a aceitar as mudanças, mais dificuldade terá se adaptar a elas. Concentre sua energia nas oportunidades que se abrem.


Empatia

Sempre fundamental, a amabilidade se torna ainda mais importante em meio a uma crise com múltiplos efeitos, tanto pessoais como profissionais. A solidariedade e a compreensão das dificuldades alheias serão imprescindíveis para boas relações de trabalho.


Organização

Com as mudanças na dinâmica de trabalho, saber se organizar é uma condição básica para uma boa produtividade. O aumento das atividades profissionais em casa exige a implementação de uma rotina e um exercício contínuo de foco.


Tomadas de decisão

Tanto as escolhas do cotidiano quanto as grandes escolhas se tornam mais difíceis em um cenário de instabilidade e insegurança. Conhecer, controlar e responder às emoções será fundamental.


Aproveite este momento singular que estamos vivendo para praticá-las.

Quer conhecer os empregos que serão os mais afetados e os mais poupados pela crise do coronavírus?

Por Philipe Scerb- Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP





O efeito da pandemia do coronavírus sobre o mercado de trabalho promete ser enorme e já começou a ser sentido em diversos países e setores da economia.




Segundo a Organização Internacional do Trabalho, até 25 milhões de empregos podem deixar de existir ao final da crise em todo o mundo. No Brasil, fala-se em 2,5 milhões a mais de empregos perdidos em função da pandemia.




Algumas áreas já têm dado os primeiros sinais de fragilidade. Entre as mais afetadas, destacam-se o setor de viagens e o de turismo. Enquanto a companhia britânica Flybe decretou falência no início de março, gigantes como Air Canada e KLM entre outras, anunciaram milhares de demissões.




Para fazer frente a essa situação, governos estão sendo levados a tomar medidas para socorrer empresas e permitir que elas mantenham o quadro de funcionários ativo.




Por outro lado, na sociedade civil despontam também iniciativas nesse sentido. Como o manifesto “Não demita”, lançado no Brasil e que já conta com a adesão de 3.000 companhias dispostas a preservar empregos por ao menos dois meses.




Por outro lado, alguns setores resistem e até crescem em meio à crise. É o caso de empresas e/ou áreas de Tecnologia da Informação, saúde, telecomunicações, comércio eletrônico, varejo de alimentos e delivery em geral.




Com a tendência de aceleração do mercado de trabalho para o mundo digital, empresas de tecnologia têm aumentado o número de contratações. De acordo com o Financial Times, elas abriram 15.852 vagas somente no estado americano da Califórnia, na última semana de março.




Por aqui não é diferente. Com a maior procura por tratamentos médicos e a explosão das compras online, por exemplo, companhias farmacêuticas e de varejo não apenas mantiveram, como ampliaram seus quadros de funcionários.




No entanto, se a paralisação for mais duradoura do que se espera, esses setores também vão sentir os efeitos negativos da pandemia. Pois o aumento do desemprego e a diminuição da renda das pessoas levará fatalmente a uma menor demanda por produtos e serviços, até mesmo os mais básicos.

Entrevistas de emprego por vídeo viraram regra com o isolamento em virtude do coronavírus.

Por Philipe Scerb- Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP


As médias e grandes empresas já vinham de algum tempo tornando seus processos seletivos cada vez mais digitais, mesmo assim a última etapa, da entrevista, não costumava dispensar o encontro pessoal entre o candidato e o futuro empregador.
Com a pandemia do corona vírus, porém, essa realidade mudou. Para respeitar as recomendações de isolamento social, as empresas têm recorrido ao mundo virtual também no momento da entrevista final de seleção e as vídeo entrevistas viraram quase que regra geral.
Considerando que essa prática deve perdurar, inclusive para além da crise, os candidatos devem se preparar para enfrentar essa novidade. Pois se há muitas semelhanças com a entrevista pessoal, há diferenças importantes que merecem um cuidado especial.

Veja abaixo algumas dicas do que fazer e do que evitar em uma entrevista por vídeo

 

1. Preparo


– Escolha bem o local em que fará a entrevista. Dê preferência, na medida do possível, a um lugar calmo e silencioso. O fundo que aparece atrás também importa: quanto menos informação, melhor.
– Teste todos os equipamentos antes. Desde a conexão com a internet, até a webcam e o microfone. Qualquer falha pode te desestabilizar e prejudicar o seu desempenho.
– Cuidado com a(s) foto(s) de identidade dos seus perfis nas suas redes sociais. Elas são o seu cartão de visita.
– Não é porque você está em casa que a roupa não importa, pelo contrário. Vista-se com sobriedade, ou seja, da mesma maneira que você faria caso a entre de vista fosse presencial.



2. Durante a entrevista


– Olhe para a tela e não se distraia com o entorno. Demonstre interesse e atenção e evite consultar o celular ou outros dispositivos no computador.
– Caso queira tomar notas, não use o teclado do computador, pois o barulho vai prejudicar a conversa. Prefira sempre um caderno ou bloco de papel.
– Não interrompa o entrevistador. Por vídeo, isso prejudica a fluidez da comunicação. Caso deseje falar algo durante a fala dele, faça um sinal com a mão pedindo a palavra.
– Embora a entrevista por vídeo exija uma comunicação mais objetiva e direta, evite respostas muito curtas e pobres em informação.
– Por fim, não se esqueça de demonstrar naturalidade. Em uma conversa virtual também é possível transmitir empatia e bom humor.

Cursos online e gratuitos contribuem para uma quarentena mais saudável e produtiva

Por Philipe Scerb- Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP

Ficar em casa nunca foi tão difícil como tem sido neste período de isolamento social. Manter o corpo e a mente ativa é um desafio e tanto em meio às preocupações com a saúde, a família, o emprego e a renda.



Por outro lado, podemos tornar o tempo livre uma oportunidade única para aprofundar nossos conhecimentos, desenvolver habilidades e aprender um pouco sobre temas desconhecidos.



Diversas instituições se sensibilizaram com o momento difícil que atravessamos e disponibilizaram uma série de cursos online gratuitos que podem ser feitos enquanto não podemos retomar a rotina normal de trabalho.



Os cursos oferecidos têm diferentes formatos e contemplam uma enorme variedade de áreas. Entre as possibilidades, encontram-se desde aulas de inglês até formações sobre ciência de dados, passando por finanças pessoais e tecnologia da informação.



Separamos abaixo algumas instituições e plataformas com cursos abertos e gratuitos. Além de contribuir para sua saúde mental e aumentar suas competências, eles também podem ampliar seu horizonte profissional.

USP – Coursera


Os cursos online oferecidos pela USP podem ser encontrados na plataforma Coursera. Os temas são diversos e vão de marketing à ciência da computação. Basta pesquisar por “Universidade de São Paulo” no site https://www.coursera.org/

Udemy

Uma das principais plataformas de educação online do mundo, a Udemy oferece mais de 400 cursos gratuitos com opções diversas e destaque para as áreas de programação e tecnologia. Consulte as opções em https://www.udemy.com/

Harvard

A famosa universidade americana disponibilizou mais de 100 cursos gratuitos, em inglês, sobre variados assuntos. Entre eles, artes e design, ciências sociais e ciência ambiental. Estão todos no site http://www.edx.org/school/harvardx


Casa do Saber

Com temas que vão da filosofia à religião, entre outros, a renomada instituição disponibilizou mais de 120 cursos online gratuitamente. Veja quais são eles em https://digital.casadosaber.com.br/


Senai

O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial abriu 12 cursos online gratuitos e com certificação nas áreas de desenho arquitetônico, educação ambiental, empreendedorismo, entre outros. O acesso é feito pelo site http://www.eadsenai.com.br/virtual/ms/

Alura

A plataforma oferece cursos gratuitos de marketing digital, ciência de dados, programação e experiência do usuário. Encontre-os em https://www.alura.com.br/especial/conteudos-gratuitos-alura

O que as empresas ganham ao incentivar os funcionários a demonstrarem suas emoções ?

Crescem a consciência de que as emoções podem ser muito bem-vindas no mundo do trabalho e o número de empresas em que se pode chorar, rir e esbravejar.

E mais do que a preocupação com o bem-estar dos funcionários, permitir que eles sejam quem são tem muito a contribuir com o resultado das empresas.

O estímulo à liberdade emocional, afinal, aumenta o vínculo e o engajamento do profissional com a empresa. E pesquisas recentes mostram que profissionais motivados rendem 25% mais do que colegas desestimulados pelo trabalho.

Mas para que os funcionários sejam estimulados a demonstrar suas emoções, é preciso derrubar 3 mitos conhecidos:
Trabalho não é lugar para demonstrar emoções: seres humanos têm emoções e ignorá-las é jogar para debaixo do tapete questões que devem ser debatidas.

Conversar sobre o sentimento dos funcionários é perda de tempo: evitar os problemas emocionais da equipe só retarda sua manifestação e aumenta a frustração.

Emoções prejudicam tomada de decisões: não há decisão sem emoção envolvida e reconhecê-la é a melhor forma de lidar com ela e, se necessário, controlá-la.

Via Época Negócios