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Saiba quais são os cargos que vão pagar mais em 2024


18/01/2024
Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencxesPo-Paris e Doutorando pela USP



Com as mudanças aceleradas do mercado de trabalho e a valorização de novas habilidades pelas empresas, a remuneração dos profissionais tem seguido padrões diferentes nos últimos anos.



E conforme a inteligência artificial ganha cada vez mais espaço no mundo corporativo, é difícil prever com muita antecedência o que será da demanda por cargos bem remunerados hoje e de seus salários.



No entanto, embora em cargos intermediários haja mudanças recorrentes de padrão de remuneração, entre os maiores salários ainda predominam posições tradicionais de grandes empresas.



Para 2024, relatório de uma companhia americana mostra que 88% das empresas brasileiras devem reajustar os salários no ano que vem.



Chama a atenção que apenas 17% delas vão aumentar a remuneração de seus funcionários com base na inflação. 38% usarão como referência a performance dos profissionais e 33% convenções coletivas.



Entre os salários mais altos no ano que vem, como de costume, predominam cargos executivos tradicionais, tais quais: diretor executivo, diretor jurídico, diretor financeiro e diretor de supply chain.



Encabeçam a lista de maiores salários previstos para 2024: diretor financeiro, diretor executivo, e gerente geral, todos com média mensal de algumas dezenas de milhares de reais.

Mais do que salário, profissionais valorizam também benefícios ao buscar novas oportunidades

Por Philipe Scerb- Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



Os profissionais de hoje não olham apenas para a remuneração ao vislumbrar a carreira ideal. É claro que um bom salário é um objeto comum de desejo. Porém, os profissionais de hoje têm, cada vez mais, valorizado melhores condições de trabalho e benefícios oferecidos pelas empresas.


Entre eles, destacam-se um ambiente interno seguro e saudável, uma jornada flexível, a existência de um propósito na empresa, seu compromisso socioambiental e com a diversidade, a valorização da equipe, a possibilidade de desenvolvimento e, estimulada pela pandemia, a possibilidade de home office.


Uma pesquisa encomendada pelo Estado de S. Paulo e feita pela Revelo questionou mais de 300 profissionais brasileiros o que eles consideram características da empresa dos sonhos. Os resultados mostram que, para 69% deles, o horário flexível de trabalho e o home office são critérios fundamentais. 36% apontaram para um salário acima da média do mercado, mesmo índice daqueles que valorizam o compromisso da companhia com a diversidade, a sustentabilidade ambiental e outros propósitos sociais. 18% indicaram a participação nos lucros e 15% bônus por performance.


A valorização de benefícios desvinculados à remuneração e ao sentido encontrado no trabalho é expressiva, sobretudo, entre os mais jovens. 41% dos profissionais com 18 a 23 anos priorizam o home office e a flexibilidade da jornada e são eles também os que mais prezam pelo compromisso das empresas com a promoção da diversidade, o respeito ao meio ambiente e outros impactos sociais dos negócios.


Foi-se o tempo, portanto, em que o trabalho era percebido apenas como um meio de sobrevivência e de obtenção de renda. Na medida em que as jornadas se tornaram maiores e mais exaustivas, as pessoas têm buscado conciliar melhor a vida pessoal e profissional. Assim como privilegiam carreiras carregadas de um sentido mais amplo, com impactos reais e positivos sobre a sociedade.


É levando isso em conta, aliás, que as empresas têm se adaptado para atrair e reter os melhores talentos. Pois para isso, já não basta oferecer bons salários e perspectivas de crescimento profissional. É preciso, como vem fazendo um número crescente de companhias, garantir uma ampla gama de benefícios que aumentem o bem-estar do funcionário e projetem uma imagem positiva do ambiente profissional e de seus objetivos sociais. Daí as preocupações cada vez mais comuns em divulgar o que seria a cultura da empresa e os perfis com os quais ela conta para o seu desenvolvimento.



Considerando essas novas expectativas em relação ao trabalho, com as pessoas menos propensas a fazer suas escolhas com base, exclusivamente, no resultado financeiro de suas carreiras, diversas empresas têm demonstrado que salário e propósito podem andar juntos. O que seduz os melhores profissionais e favorece o seu desempenho, pois assim se sentem parte de algo maior e dotado de sentido.