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Setor de tecnologia vai ganhar novo estímulo com o 5G


03/08/2022

Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



Se há uma área que passou incólume à instabilidade do mercado de trabalho nos últimos anos foi a área da tecnologia.



A pandemia atingiu diversos setores da economia e segue provocando impactos negativos, reforçados ainda pela guerra na Ucrânia. Por outro lado, os efeitos do isolamento social aceleraram o desenvolvimento da área de tecnologia, que já despontava como o setor mais promissor do mercado de trabalho para o futuro.



Agora vamos nos deparar com um novo impulso para esse setor; a chegada da quinta geração de internet móvel, o 5G. No Brasil, isso começou a ganhar forma com o leilão de novembro do ano passado e avança com o início do funcionamento das redes neste mês de julho.



O 5G, além de oferecer uma velocidade dez vezes maior que o 4G, tem uma latência (medida do tempo entre o envio e o recebimento de dados por um dispositivo móvel) consideravelmente menor. Desse modo, a resposta de celulares, carros autônomos e outros equipamentos aos comandos será praticamente espontânea, permitindo uma funcionalidade de que não dispomos hoje.



O resultado da difusão da quinta geração de telefonia é a explosão da demanda por profissionais de áreas como big data, inteligência artificial, internet das coisas, segurança da informação e dados. Bem como o surgimento de novas carreiras para desempenhar tarefas que ainda não existem.



Segundo o Fórum Econômico Mundial, até 2035 o 5G pode criar até 22 milhões de empregos especializados ao redor do mundo. São inúmeras possibilidades que vão se abrir e os profissionais mais habilitados para imaginá-las e desenvolvê-las sairão na frente.



Vários profissionais já estão habilitados a aproveitar a oportunidade que se aproxima. Mas mesmo eles terão de buscar novas capacitações diante do desaparecimento de funções demandadas hoje e o aparecimento de outras, menos mecânicas.



Nesse sentido, a atual carência de mão de obra especializada e qualificada na área de tecnologia, verificada a cada abertura de processo seletivo, tende a se agravar. O que abre oportunidades para uma nova geração de profissionais e também para aqueles que estiverem dispostos a reorientar suas carreiras.



Para esses casos, porém, é importante ter em conta a realidade desse setor e as exigências que se impõem a todos que nele trabalham. Especialmente, a capacidade de se adaptar às mudanças aceleradas que, como o 5G, demandam do profissional uma atualização constante às transformações dos produtos ofertados, dos serviços prestados e da dinâmica do mercado de trabalho.

Os prós e contras do trabalho remoto para a ascensão na carreira


20/07/2022

Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



Com a pandemia, veio o trabalho à distância. E com ele, vantagens e desvantagens para profissionais que passaram a trabalhar somente, ou em boa parte, de suas casas.



Dentre os pontos positivos, o mais valorizado é a flexibilidade. Com a redução dos deslocamentos e a possibilidade de organizar de maneira mais autônoma a rotina de trabalho, funcionários têm mais tempo livre com a família ou para atividades de lazer. Algo que beneficia especialmente as mulheres.



Estudos têm mostrado como a falta de flexibilidade de cargos de alto escalão prejudicava a ascensão profissional das mulheres com filhos. Com os avanços do trabalho remoto, se tornou viável conciliar as maiores responsabilidades perante as crianças e posições de maior destaque nas empresas.



No entanto, o adeus ao escritório trouxe também alguns desafios para a carreira. O mais conhecido, de ordem emocional, diz respeito ao difícil equilíbrio entre as vidas pessoal e profissional quando não há uma separação física e temporal entre elas. Relatos e pesquisas têm revelado os impactos nocivos do home office sobre a saúde mental de pessoas sujeitas a uma jornada mais longa que desfez as fronteiras entre os momentos de trabalho e descanso.



Outro desafio, que até agora recebeu menos atenção, está ligado aos efeitos do trabalho remoto sobre a visibilidade do profissional e, consequentemente, sobre as suas possibilidades de crescimento. É comum, afinal, que o funcionário que fica em casa seja menos notado do que aquele que está no escritório. Menos visto e lembrado, ele se encontra em desvantagem em processos de promoção.



Em empresas que adotam o home office de maneira integral, o efeito é igual para todos. Para as companhias em que ele é opcional e a regra é o modelo híbrido, isso pode fazer diferença. Com menos tempo com colegas e lideranças, menor a chance de estabelecer vínculos de confiança e admiração.



Mas nem tudo está perdido. Há algumas medidas que o profissional que trabalha em casa pode tomar para não ser esquecido e tecer relações pessoais imprescindíveis para a ascensão na carreira.



Por exemplo, manter uma relação contínua com seu gestor, sem que esse contato seja ostensivo e cansativo. Ter encontros esporádicos com ele e colegas fora do ambiente de trabalho também é importante. Afinal, momentos informais de descontração, sejam presenciais ou à distância, são cruciais para a construção de laços pessoais e profissionais.



Como praticamente tudo na vida, o home office trouxe consigo vantagens e desvantagens para o mundo do trabalho. Cabe aos profissionais explorar o que ele traz de bom e mitigar os seus efeitos negativos. O momento é de aprendizado para as empresas e também para os colaboradores.

Ser apaixonado pelo trabalho nem sempre é bom

Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



O sonho de praticamente qualquer pessoa é encontrar um trabalho pelo qual seja apaixonado.



É comum, já há alguns anos, ouvir frases como “o melhor trabalho é aquele que te faz feliz” ou “a chance de sucesso é muito maior quando você tem prazer no que faz”.



No entanto, um alerta é importante. Psicólogos diferenciam dois tipos diferentes de paixão pelo trabalho, sendo que um deles é positivo e o outro nem tanto.



O primeiro tipo de paixão identificado pelos psicólogos pode ser chamada de “harmoniosa”. Ele diz respeito a pessoas que, ao mesmo tempo que gostam do trabalho, valorizam outros âmbitos da vida. Trata-se de profissionais que encontram prazer nas tarefas do dia a dia, mas que têm controle sobre elas e desfrutam também de outras coisas.



O outro tipo de paixão pelo trabalho – e aqui mora o perigo – é aquela chamada de “obsessiva”. Todo mundo, afinal, conhece alguém que dedica à profissão, às conquistas, às promoções e aos aumentos salariais a maior parte de sua energia e de suas expectativas.



Segundo os psicólogos, essas pessoas têm dificuldade de se desligarem do trabalho e, mesmo assim, raramente se dão por satisfeitas com os resultados que alcançam.



A consequência mais grave desse tipo de relação em que o profissional não controla sua relação com o trabalho é um estresse e uma exaustão que podem levar ao burnout.



Nem sempre, porém, isso é culpa da pessoa. Uma pesquisa coordenada por Taha Yasseri, professor de sociologia da University College Dublin, na Irlanda, mostrou que determinados tipos de trabalho podem ser mais propensos a desenvolver paixões obsessivas.



Por meio de testes feitos com mais de 800 participantes, os estudiosos chegaram à conclusão de que diferentes traços de personalidade interagem de forma distinta com variadas áreas de atuação.



Pessoas ansiosas e que lidam com mudanças de humor, por exemplo, são mais propensas a desenvolver a paixão obsessiva pelo trabalho quando estão empreendendo. O que se explica, para os pesquisadores, pelo fato de essas carreiras dependerem do poder de persuasão do profissional e de estarem atreladas a relações de poder e status.



Algumas profissões, por outro lado, são menos afeitas ao desenvolvimento da paixão obsessiva, pois estimulam menos a ansiedade ligada à reputação. É o caso de dentistas, enfermeiros, cirurgiões ou assistentes sociais.



Caso você seja apaixonado pelo trabalho, é fundamental, então, entender o tipo de sentimento que tem por ele. Você controla o trabalho ou ele te controla? Você tem consegue tirar prazer das conquistas ou não?



Se as respostas indicarem que a paixão que você sente é do tipo obsessiva, convém pensar o que poderia mudar.



Caso você não se sinta apaixonado pelo seu trabalho, talvez valha a pena refletir sobre o tipo de sentimento você está buscando. Não é, necessariamente, porque um amigo ou conhecido só faz trabalhar e vive para isso que ele tem uma relação mais saudável com o trabalho do que você.

Semana de 4 dias de trabalho: realidade ou ilusão?

Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



A Covid-19 trouxe junto com ela várias mudanças ao mundo do trabalho. Algumas foram inevitáveis e ocorreram sem muito planejamento, como a disseminação do home office. Já outras são resultado dos impactos da pandemia e prometem transformar, para além da forma e do local de trabalho, a própria jornada semanal de cinco dias.



Como desdobramento do debate sobre a saúde mental, diversas empresas têm anunciado a redução da carga horária de seus colaboradores, em muitos casos implementando uma jornada de quatro dias de trabalho. Enquanto isso, alguns países têm promovido testes no setor público e patrocinado experiências no setor privado nessa mesma direção.



Os funcionários tendem a aprovar essas iniciativas e relatam um melhor equilíbrio entre as vidas pessoal e profissional, menos estresse e menor chance de esgotamento. A maioria deles alega ainda observar uma maior produtividade a partir da implementação de jornadas mais curtas.



E as experiências recentes têm mostrado justamente isso. Na Islândia, entre 2015 e 2019, 1 em cada 100 profissionais do país passaram a trabalhar quatro dias na semana e pesquisas indicaram que sua produtividade permaneceu a mesma ou melhorou nesse período.



Outros testes coordenados pelo Estado têm sido feitos em países como a Espanha. E determinadas empresas têm experimentado jornadas mais curtas de maneira voluntária ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Os resultados quanto à produtividade até agora são animadores, com funcionários que perdem menos tempo com reuniões longas e ineficazes e declaram enxergar mais motivação no trabalho.



Além de reduzir a fadiga e melhorar a saúde mental dos profissionais, uma jornada mais curta ainda contribui para o meio ambiente. Diversos estudos têm mostrado como ela significa menos emissão de carbono, menos impressão de papel e menor consumo de energia.



Mas esse não é ainda um caminho sem volta. Nos últimos anos, algumas empresas chegaram a reduzir a jornada de seus funcionários e, pressionadas pela alta competitividade em seus respectivos setores, restabeleceram a semana de cinco dias.



A criação do fim de semana como um período de folga dos trabalhadores tampouco ocorreu de um dia para o outro e sem idas e vindas. O fato de algumas experiências de jornadas mais curtas estarem em curso e de gestores e empresas considerarem cada vez mais a sua adoção é um sinal relevante de transformação na semana de trabalho como estamos acostumados. Esse pode ser, afinal, mais um efeito antecipado pela crise sanitária e capaz de revolucionar o mundo do trabalho.

Como saber a hora de mudar de emprego?

Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



Não é tão raro que uma vaga com a qual sonhamos durante muito tempo não corresponda exatamente ao que imaginávamos. Mas às vezes a espera foi tão grande para alcançar aquele objetivo que é difícil aceitar que não deu certo e partir para a busca de novas experiências. Como fazer, então, para decidir o momento exato de deixar o emprego?



Frustrações são comuns e podem ser provocadas por uma série de motivos, como relações pessoais ruins com chefes e colegas e alguma incompatibilidade com a cultura da empresa, com as formas de comunicação e a organização do trabalho.



A situação mais grave é quando percebemos uma falta de interesse e aptidão para a área de atuação e o tipo de tarefas que ela exige. Nesses casos, quando a ausência de motivação é clara, não há muita alternativa a não ser procurar outros centros de interesse e novas experiências profissionais.



Nos outros casos, em que a frustração é provocada pelos motivos elencados acima, há várias considerações a se fazer. A primeira delas é saber se o problema é individual ou coletivo. Afinal, a dificuldade pode ser sua ou pode haver algo de errado com a própria empresa.



Se a maioria dos colegas está insatisfeita, provavelmente há algo a ser feito em termos gerais. Resta entender exatamente o quê e se há alguma margem para uma transformação ampla do ambiente de trabalho.



Já se as outras pessoas estão felizes e motivadas, o problema é com você – e tudo bem. Nesse caso, cumpre saber se vale a pena insistir para se adaptar ou se há uma incompatibilidade que não pode ser superada.



A melhor maneira de identificar até onde deve ir o esforço nesse sentido é prestando atenção nos sentimentos que o trabalho desperta. Quando você acorda, ou no momento que antecede o começo do expediente, como você se sente? Se sensações de aflição, nervosismo e cansaço se repetem de forma regular, provavelmente não há muito o que fazer a não ser procurar outro emprego.



Abandonar um posto de trabalho, porém, não é tão simples. Ainda mais em um momento conturbado do ponto de vista econômico e do mercado de trabalho como o atual. O ideal é sair apenas com outra oportunidade em vista. E mesmo nessa situação, é fundamental levar em conta todas as dimensões da nova vaga para não tomar uma decisão precipitada. As condições são boas? Você se sente suficientemente motivado ou é apenas uma forma de mudar de ares?



Deixar um emprego, então, não é fácil e envolve uma série de riscos. Mas há momentos em que ter coragem para tomar essa decisão é imprescindível. Pois a insatisfação e o desgaste no trabalho têm efeitos muito sérios.



No âmbito pessoal, a saúde mental e as relações sociais acabam prejudicadas. Do ponto de vista profissional, um emprego que não nos estimule abala nossa autoestima, nossa motivação e até a vontade de seguir trabalhando. E sim, é possível ser feliz no trabalho e devemos sempre perseguir esse objetivo. Tendo em mente, por outro lado, que esse ideal não pode ser tão distante da realidade para não gerar constantes frustrações.

Janeiro Branco é oportunidade para falar sobre saúde mental

Por Eliane Franco Figueiredo – CEO da PROJETO RH, Psicóloga e Especialista em Recrutamento e Seleção.



Provavelmente, nunca se falou tanto de saúde mental quanto nos últimos anos. E nem poderia ser diferente. Dentre os inúmeros efeitos negativos da pandemia de Covid-19, um dos mais graves é uma deterioração quase generalizada do bem-estar emocional.



Uma pesquisa de 2021 encomendada pelo Fórum Econômico Mundial mostrou, por exemplo, que mais da metade dos brasileiros considera que sua condição emocional piorou no último ano. A situação é parecida na grande maioria dos países.



Porém, se o quadro piorou, ao menos o tema ganhou uma atenção inédita. A cada dia é mais aceita a ideia de que a saúde emocional é tão – senão mais – importante do que a saúde física. Diversas iniciativas da sociedade civil têm justamente esse objetivo. Como é o caso da campanha Janeiro Branco, que busca chamar a atenção da opinião pública para a gravidade das doenças mentais e desfazer o estigma que ainda as cerca.



A partir, em boa medida, de ações como essas, tem diminuído o preconceito em relação a transtornos mentais e as pessoas têm passado a entender que a integridade emocional é incontornável tanto para o bem-estar pessoal quanto para o sucesso profissional.



Com efeito, os impactos da pandemia sobre o trabalho têm sido determinantes para a deterioração da saúde mental de inúmeras pessoas. Além das mudanças ligadas à rotina, a distância física dos colegas e a intensificação das ferramentas digitais de comunicação agravaram sentimentos como ansiedade e depressão. O que se reverte em uma relação mais problemática com o trabalho, desempenho pior e prejuízo para a carreira de forma geral.



Diante disso, a volta ao trabalho presencial anunciava alguma melhora para os profissionais que não se adaptaram às mudanças trazidas junto com o trabalho remoto. A persistência da circulação do vírus, agora por uma nova cepa, no entanto, deve atrapalhar os planos de empregadores e equipes. De todo modo, o retorno aos padrões que existiam antes da pandemia parece improvável.



Caberá a todos, assim, um esforço de adaptação a uma realidade ainda muito incerta. Por parte dos funcionários, será necessário organizar expectativas profissionais e uma rotina que já não obedece, na maioria dos casos, à lógica rígida do trabalho de antigamente.



Por parte das empresas, caberá alinhar exigências e regras de modo a não sobrecarregar e desgastar a saúde mental de seus colaboradores. Horários flexíveis, personalização de benefícios e condições de trabalho são algumas das iniciativas que deverão ser cada vez mais comuns para dar conta de um novo mundo do trabalho.



Não podemos deixar de aproveitar cada oportunidade para falar da importância da saúde mental e das estratégias para promovê-la em todos os âmbitos da vida, inclusive o profissional. O Janeiro Branco é uma dessas oportunidades e o bem-estar emocional não pode esperar.

Faculdades Renomadas, no Brasil e no exterior, disponibilizam diversos cursos gratuitos

Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



Foi-se o tempo em que estudar em universidades renomadas era uma possibilidade restrita a quem pudesse ser aprovado em concorridos vestibulares ou pagar altas mensalidades.



Hoje, as principais faculdades do país e do exterior oferecem cursos gratuitos, a distância e de livre acesso a todas as pessoas. Em alguns casos, os alunos recebem até um certificado ao fim do programa. Além de aprimorar habilidades e adquirir novos conhecimentos, portanto, essa é uma opção para valorizar o currículo.





FGV



A instituição oferece cursos em áreas como economia, finanças, administração de empresas, marketing e gestão de pessoas em diferentes formatos e com diferentes cargas horárias. Consulte em: Acesse Aqui

USP



Diversos cursos são oferecidos ao longo do ano. Pelo Coursera, a instituição também disponibiliza programas específicos, por exemplo cursos de Ciência da Computação. Consulte as opções em: Acesse Aqui

Harvard



A mais renomada universidade americana oferece mais de 100 cursos gratuitos. Em alguns casos, porém, para receber o certificado é preciso pagar uma taxa. Veja as condições e as opções disponíveis em: Acesse Aqui

MIT



O MIT oferece, já há algum tempo, cursos online e gratuitos em todas as áreas da universidade. Mais de 100 deles contam com videoaulas com professores da instituição. Veja os cursos disponíveis em: Acesse Aqui

UnB



A Universidade de Brasília oferece mais de 30 cursos de formação profissional em diferentes áreas, da saúde aos negócios, passando pelo turismo, em parceria com o Ministério do Trabalho. Consulte as opções em: Acesse Aqui

Unesp



A universidade estadual paulista oferece mais de 60 cursos gratuitos que podem ser iniciados a qualquer momento. Os certificados, por sua vez, são pagos. Veja a lista de opções em: Acesse Aqui

Veja 5 dicas para evitar dores nas costas durante longas jornadas de trabalho

Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



A necessidade de permanecer muito tempo sentado, durante longas jornadas, têm provocado uma série de efeitos sobre a vida pessoal, o trabalho e o corpo de milhões de pessoas. Embora pouco comentado, um dos mais generalizados é a dor nas costas.

Com rotinas menos ativas e horas e mais horas passadas à frente do computador, por vezes curvados diante de um laptop, profissionais têm pagado o preço da pouca mobilidade física.

Um estudo com profissionais que trabalham em casa no Reino Unido do instituto Opinium revelou que 81% dos entrevistados estavam sentindo algum tipo de dor nas costas, no pescoço ou nos ombros.

Pessoas com problemas graves e dores persistentes devem procurar assistência médica, mas há algumas iniciativas que podemos tomar de maneira autônoma e que podem aliviar os efeitos de um dia a dia mais sedentário.

1 – Não fique só sentado



Quando nos movemos, diferentes músculos compartilham o esforço de manter a cabeça, o pescoço, as costas e o resto do corpo apoiados. Portanto, mexa-se, não fique longos períodos sentado. Uma opção é fazer algumas atividades em pé ou andando, como reuniões online e telefonemas. Outra é se movimentar sempre que possível: seja por meio de um alongamento ou de pequenas caminhadas.

2 – Use alarmes



Para não ficar sentado por longos períodos, precisamos nos acostumar com a ideia. Uma alternativa recomendada é colocar alarmes para nos lembrar e nos obrigar a levantar. Os intervalos podem variar; o importante é mudar de posição e se mover.

3 – Faça exercícios na mesa



Pequenos gestos já podem surtir efeitos importantes. Alongamentos simples do tórax e das pernas, por exemplo, podem ser feitos mesmo quando estamos sentados diante do computador. O ideal é extrapolar a mesa e alongar outras partes do corpo com regularidade.

4 – Organize o espaço de trabalho



Uma cadeira cara não é necessária e tampouco suficiente para resolver o problema. Mesmo com cadeiras simples de escritório é possível manter uma boa postura, às vezes com pequenos ajustes, como uma almofada para apoiar a parte inferior das costas.



Outra medida importante é elevar a tela do laptop à altura dos olhos. O que pode ser feito com o auxílio de um suporte e com um teclado avulso.

5 – Durma bem



A dor nas costas não é provocada apenas pela nova rotina e por uma má postura. A ansiedade e o estresse gerados pela pandemia e pelos seus efeitos têm um peso importante nessa conta. Para aliviá-los, há diversas maneiras. A mais simples delas é dormir bem. Para isso, dicas convencionais são: evite cafeína à tarde e à noite, procure deitar e levantar sempre nas mesmas horas e evite usar aparelhos eletrônicos com tela uma hora antes de ir para a cama.

Multitarefa: a romantização e os riscos de fazer várias coisas ao mesmo tempo

Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



Não é de hoje que resolver problemas pessoais e profissionais concomitantemente é inevitável. Com a pandemia, porém, essa realidade ganhou outros contornos. Quantos pais e mães estão tendo que trabalhar, arrumar a casa e cuidar dos filhos ao mesmo tempo?



Ser multitarefa – antes uma qualidade reivindicada com orgulho por muitos profissionais – deixou de ser apenas um atributo desejado e passou a ser uma exigência para a maioria das pessoas. O que não é simplesmente resultado da Covid-19 e pode representar ameaças importantes para a produtividade e o bem-estar.



A partir de mudanças na esfera da economia e da produção, o mercado de trabalho demanda cada vez menos profissionais com competências específicas e repetitivas. Ganham importância as chamadas habilidades socioemocionais e a capacidade de solucionar problemas. Assim, a tendência é que os profissionais atuem em diferentes frentes e assumam um número cada vez maior de responsabilidades.



Há efeitos positivos nesse movimento. Por um lado, trabalhadores desenvolvem habilidades ligadas à criatividade e se deparam constantemente com novos desafios. Por outro lado, no entanto, o acúmulo concomitante de diferentes tarefas traz também consequências negativas.



Estudos já mostraram, por exemplo, que a distração produzida por ligações e-mails prejudica o desempenho, no curto e no longo prazo, de participantes em testes de QI. Uma pesquisa da Universidade Stanford de 2009, por sua vez, revelou que a qualidade do trabalho de pessoas multitarefa é inferior àquela de outros profissionais.



São diversos os estudos que mostram ainda que o acúmulo de tarefas aumenta o estresse, a ansiedade e o cansaço. Um deles, da Universidade de Sussex, chegou à conclusão de que pessoas que consomem informações de diferentes meios de comunicação ao mesmo tempo têm uma densidade menor na parte do cérebro responsável pela empatia.



Dificilmente vamos poder, no futuro próximo, escapar da necessidade de realizar uma série de coisas de maneira concomitante. Os imperativos e o ritmo da vida pessoal e do trabalho já não permitem um nível de concentração absoluto em apenas um objetivo. Não é por isso, porém, que precisamos seguir romantizando o multitarefismo.



Para além de reconhecer a maior ou a menor capacidade de um profissional em fazer diferentes coisas ao mesmo tempo, é urgente reconhecer os riscos e as ameaças do acúmulo desenfreado e concomitante de responsabilidades.

Realização no trabalho caminha muitas vezes junto com a ansiedade

Por Phillipe Scerb – Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP



A maioria dos brasileiros empregados sente orgulho do seu trabalho e se realiza com as tarefas desempenhadas no dia a dia. Por outro lado, a ansiedade e a insegurança também fazem parte da rotina profissional de grande parte dessas pessoas.



Pode parecer contraditória a convivência de sentimentos bons e ruins em relação ao trabalho. Mas a realização e a ansiedade andam lado a lado em meio a uma cultura que valoriza a sobrecarga e associa o desempenho e a produtividade à quantidade de horas trabalhadas.



Uma pesquisa realizada entre maio e julho de 2021, que ouviu 1.500 pessoas de 51 países, mostrou que 74% dos brasileiros se sentem realizados ou orgulhosos com o seu trabalho ao menos uma vez por semana. Já 81% deles consideram que sua atividade profissional impacta positivamente a sociedade.



O estudo, realizado pela Happiness Business School Global Partnership, revelou também que somente 20% dos brasileiros estão otimistas em relação ao seu futuro profissional, enquanto 39% se sentem inseguros e não consideram ter um vínculo de confiança e abertura com seus líderes. Apenas 3% dos brasileiros, por fim, dizem que nunca se sentem ansiosos a respeito do trabalho – contra 10% na média dos outros países pesquisados.



Os dados recolhidos descrevem uma relação ambígua com o trabalho. Em que ele é entendido como uma fonte, ao mesmo tempo, de orgulho e de ansiedade. É como se o estresse fosse uma condição inevitável da realização.



No entanto, a pesquisa indicou que muitas pessoas têm considerado alto demais o preço da satisfação obtida por meio das atividades profissionais. Na ordem de prioridades estabelecidas pelos brasileiros em relação ao trabalho, a saúde mental aparece em primeiro lugar. Em seguida, vem a saúde física e só depois a realização de seus sonhos, o aumento do patrimônio, a permanência na empresa e, por último, a mudança de emprego.



Embora o trabalho seja responsável por dar sentido e orgulho para a maioria das pessoas, portanto, elas não estão dispostas a abrir mão de seu bem-estar psicológico e físico em função dele. O desafio para funcionários e líderes é encontrar o bom equilíbrio entre essas duas necessidades.