Como encarar a volta ao trabalho
Por Philipe Scerb- Mestre em Ciências Políticas pela SciencesPo-Paris e Doutorando pela USP
Um dilema que tem se apresentado à líderes de diversas áreas neste momento de flexibilização das regras de isolamento social diz respeito ao retorno, ou não, ao trabalho presencial. Uma decisão que não é simples e que deve levar em conta uma série de fatores.
O primeiro e mais evidente deles é o econômico, já que a própria sobrevivência de muitas empresas está em jogo. Cumpre saber, porém, se recuperar as antigas práticas de trabalho será benéfico à empresa em meio a uma situação em que é difícil prever a evolução da demanda pelos seus produtos e serviços.
O segundo fator incontornável é o sanitário. Fazer os funcionários voltarem ao trabalho significa expô-los, em maior ou menor medida, à contaminação. E tomar qualquer decisão nesse sentido ainda implica enfrentar as incertezas que rondam a natureza do vírus e de sua disseminação.
É verdade que muitos profissionais estão ansiosos para voltar a frequentar o ambiente comum de trabalho. Reconhecem que seus empregos dependem do melhor funcionamento das empresas, e também sentem a falta do convívio com os colegas.
No entanto, os funcionários também se preocupam com os riscos envolvidos no retorno à normalidade. Pesquisas têm mostrado que, no Brasil, por exemplo, mais de 90% deles estão preocupados com uma maior exposição ao vírus no local de trabalho e em atividades relacionadas a ele.
Em suma, a decisão de pedir aos empregados que voltem ao trabalho presencial não é fácil e não conta, hoje, com uma saída única e correta. O que líderes e executivos de pequenas ou grandes empresas podem fazer é considerar questões cruciais antes de qualquer definição.
Algumas das perguntas que eles devem se fazer são as seguintes:
O funcionamento da empresa depende da presença constante dos funcionários no local de trabalho?
Há demanda que justifique o retorno dos trabalhadores?
Caso haja demanda, quantos funcionários são necessários no local de trabalho e por quanto tempo?
A realidade de cada empresa, de cada setor e de cada região é muito particular e tem variado rapidamente ao longo do último período. Mas se há uma regra que todos os líderes devem seguir na relação com seus subordinados é a confiança.
Embora o funcionário reconheça as dificuldades das empresas, seu comprometimento e sua produtividade serão totalmente afetados pela convicção de que sua empresa está levando em conta, para além dos seus ganhos, a segurança de seus colaboradores.
Nesse sentido, é fundamental que as companhias tomem todas as precauções que estejam ao seu alcance para mitigar os riscos de contaminação de seus funcionários. Seja fornecendo equipamentos de proteção, seja promovendo a ventilação de escritórios fechados, seja evitando o contato físico entre colegas, clientes e fornecedores.
Por fim, voltar ao trabalho presencial não quer dizer, necessariamente, repetir tudo como era antes da pandemia. A crise que vivemos, apesar de todos os prejuízos que tem provocado, deve servir como uma oportunidade para repensar práticas e dinâmicas incompatíveis com a nova realidade. O retorno não será fácil, mas ele pode inaugurar uma organização melhor do que aquela que interrompemos.
Um dilema que tem se apresentado à líderes de diversas áreas neste momento de flexibilização das regras de isolamento social diz respeito ao retorno, ou não, ao trabalho presencial. Uma decisão que não é simples e que deve levar em conta uma série de fatores.
O primeiro e mais evidente deles é o econômico, já que a própria sobrevivência de muitas empresas está em jogo. Cumpre saber, porém, se recuperar as antigas práticas de trabalho será benéfico à empresa em meio a uma situação em que é difícil prever a evolução da demanda pelos seus produtos e serviços.
O segundo fator incontornável é o sanitário. Fazer os funcionários voltarem ao trabalho significa expô-los, em maior ou menor medida, à contaminação. E tomar qualquer decisão nesse sentido ainda implica enfrentar as incertezas que rondam a natureza do vírus e de sua disseminação.
É verdade que muitos profissionais estão ansiosos para voltar a frequentar o ambiente comum de trabalho. Reconhecem que seus empregos dependem do melhor funcionamento das empresas, e também sentem a falta do convívio com os colegas.
No entanto, os funcionários também se preocupam com os riscos envolvidos no retorno à normalidade. Pesquisas têm mostrado que, no Brasil, por exemplo, mais de 90% deles estão preocupados com uma maior exposição ao vírus no local de trabalho e em atividades relacionadas a ele.
Em suma, a decisão de pedir aos empregados que voltem ao trabalho presencial não é fácil e não conta, hoje, com uma saída única e correta. O que líderes e executivos de pequenas ou grandes empresas podem fazer é considerar questões cruciais antes de qualquer definição.
Algumas das perguntas que eles devem se fazer são as seguintes:
O funcionamento da empresa depende da presença constante dos funcionários no local de trabalho?
Há demanda que justifique o retorno dos trabalhadores?
Caso haja demanda, quantos funcionários são necessários no local de trabalho e por quanto tempo?
A realidade de cada empresa, de cada setor e de cada região é muito particular e tem variado rapidamente ao longo do último período. Mas se há uma regra que todos os líderes devem seguir na relação com seus subordinados é a confiança.
Embora o funcionário reconheça as dificuldades das empresas, seu comprometimento e sua produtividade serão totalmente afetados pela convicção de que sua empresa está levando em conta, para além dos seus ganhos, a segurança de seus colaboradores.
Nesse sentido, é fundamental que as companhias tomem todas as precauções que estejam ao seu alcance para mitigar os riscos de contaminação de seus funcionários. Seja fornecendo equipamentos de proteção, seja promovendo a ventilação de escritórios fechados, seja evitando o contato físico entre colegas, clientes e fornecedores.
Por fim, voltar ao trabalho presencial não quer dizer, necessariamente, repetir tudo como era antes da pandemia. A crise que vivemos, apesar de todos os prejuízos que tem provocado, deve servir como uma oportunidade para repensar práticas e dinâmicas incompatíveis com a nova realidade. O retorno não será fácil, mas ele pode inaugurar uma organização melhor do que aquela que interrompemos.
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